Deixei-me escorregar encostada à parede do meu quarto, até ficar sentada no chão com a cabeça entre os joelhos e ali fiquei durante horas? minutos? nem sei calcular o tempo, sei que chorei baixinho e foi nessa altura que senti que estavas ali ao meu lado, falando ao meu ouvido, ouvi nitidamente “não consegues fugir de ti mesmo” nessa altura foi como se o tempo tivesse voltado atrás, não me senti aquela menina desprotegida, senti a segurança que sempre me transmitiste, e tu continuaste o teu discurso, “por mais que esperneies não consegues modificar-te, pensas sempre nos outros em primeiro lugar e menos em ti, pensas sempre no que será melhor para os outros e não no que será melhor para ti”. Depois senti que voltaste a partir deixando-me ali entregue às minhas mágoas, aos meus dilemas, foi como se uma luz se apagasse e a escuridão voltasse a envolver-me e senti-me, novamente, aquela menina indefesa que se mostra muito forte e na realidade é alguém com as suas fragilidades. A verdade é que realmente por mais que queira comunicar, eu entendo os outros, os outros não me conseguem entender a mim, é como se falasse uma linguagem que não existe. Gostaria mesmo de não ter sentimentos, fugir de mim mesma, ser mais racional, porque cada vez mais sinto alienada, mais só, mais isolada de tudo e de todos, atrevo-me mesmo a dizer que se há outros mundos, este mundo não é o meu.
. Foi tudo uma MENTIRA pega...
. PEIXINHA
. para ti.....com carinho.....
. Hoje