"Estou sem paciência. Peço desculpa, mas não aguento mais um minuto de discussão sobre o referendo. O que não significa que esteja indiferente à questão. Muito pelo contrário. Domingo lá estarei para votar sim. Naturalmente , sim. Com a tranquilidade de espírito de uma questão intimamente resolvida há muito tempo. Há oito anos, a questão devia ter sido resolvida no Parlamento. Não ficou porque um primeiro – ministro beato resolveu referendar a questão. Chamava-se António Guterres e o curso da história veio provar que o homem não era apenas um frouxo, era um cobarde natural. Em 2007, outro primeiro – ministro socialista resolve fazer a mesma coisa. Para disfarçar a sua falta de fibra, assume que o partido está inequivocamente do lado do sim, participa na campanha, mas não disfarça o óbvio. Não foi suficientemente determinado para fazer passar uma lei que é fundamental para a dignidade dos cidadãos. E isso tem de ficar escrito. Agora a verdade que falta.
O combate entre o “sim” e o “não” não é uma questão filosófica ou ética. Para mim é uma questão de classe. Para aqueles que se socorrem da sua filiação católica para pertencer a um determinado estrato social, as criaturas imbuídas de um espírito salvador, daqueles que argumentam com a sobranceira moral dos iluminados, esses naturalmente votam não. Tratam-se por você, distribuem apenas um beijo e são muito activos nas mil acções solidárias para com os desfavorecidos.
Cada acto de solidariedade é uma redenção para o seu próprio egoísmo. Por isso, o mundo pode ficar cheio de crianças que ninguém quer. Eu voto sim por amor. Acredito que cada mãe que não prossegue uma gravidez o faz porque não tem alternativa. Ninguém deve ter um filho que não pode ser amado, educado e alimentado. E quem sou eu para impedir a escolha de alguém? Nem eu, nem o Estado. Sim, obviamente." Júlia Pinheiro in "24 horas" em 7 de Fevereiro de 2007
. Foi tudo uma MENTIRA pega...
. PEIXINHA
. para ti.....com carinho.....
. Hoje